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domingo, janeiro 25, 2015

Como é que um país que produz 12% da água doce do mundo tem falta d'água crônica desse recurso mais essencial?


Na maior cidade do Brasil, a sempre crescente demanda por água levou a uma seca punição a população. O reservatório principal que alimenta esta imensa cidade ainda está perigosamente baixo, e que levaria meses de pesada e intensa chuva, para que os níveis de água voltarem a qualquer coisa como normal.


Então como é que um país que produz um número estimado de 12% da água doce do mundo acabar com uma falta crônica desse recurso mais essencial para a vida em sua maior e economicamente mais importante cidade? É interessante notar que tanto o governo estadual e o governo federal desde o ano passado têm sido lenientes em reconhecer que há uma crise, apesar da esmagadora evidência do contrário. Isso pode ter sido uma posição politicamente conveniente para tomar durante a recente campanha eleitoral, quando a escassez de água em São Paulo era uma questão política delicada, mas a aparente falta de urgência na cidade e estado mais rico agora está preocupando muitos.

No Cantareira reservatório que alimenta a maior parte da demanda insaciável desta cidade por água, o 
reservatório já quase alcançou o fundo do poço. Tubos enormes para sugar a água que permanece no fundo do reservatório abaixo de 5% da sua capacidade normal. O morador local, anda e vagueia ao redor do leito seco do lago esperando por um golpe de sorte temporária como peixe nas poucas piscinas que resistem.


Recentemente a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, disse que os três estados mais populosos do país estão enfrentando sua pior seca desde 1930. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais devem economizar água, ela disse depois de uma reunião de emergência na capital Brasília.

A ministra descreveu a crise da água como "delicada" e "preocupante". É esperado que a indústria e agricultura sejam afetados, prejudicando ainda mais economia conturbada do Brasil. A seca também está tendo um impacto sobre o abastecimento de energia, com a geração de reduzida a partir de hidrelétricas.

'Pobre planejamento'

O correspondente da BBC Julia Carneiro, no Rio de Janeiro diz que o Brasil está supostamente no meio da temporada de chuvas, mas houve pouca chuva no Sudeste e a seca não mostra sinais de diminuir. A crise vem em um momento de alta demanda por energia, com as temperaturas altas nos meses de verão.

"Desde que os registros para a região sudeste do Brasil começou há 84 anos, nunca vi uma situação tão delicada e preocupante", disse a Ministra.

Seus comentários foram feitos no final de uma reunião com cinco outros ministros no Palácio do Planalto, em Brasília, para discutir a seca. A ministra do Meio Ambiente diz que o governo vai promover campanhas de sensibilização nas áreas afetadas pela seca, Sistema de reservatório principal de São Paulo,

A crise começou em São Paulo, onde centenas de milhares de moradores foram afetados pelos cortes frequentes no abastecimento de água, diz o correspondente. O sistema do Cantareira que atende a mais de oito milhões de pessoas, agora caiu para 5,2% e apesar da chuva recente. A p
recipitação acumulada na área da Cantareira é dito que é apenas 33,5% do previsto para o mês, fonte: site de notícias G1.


O estado de São Paulo sofreu graves problemas de seca semelhantes no ano passado.

Governador Geraldo Alckmin tem tomado medidas, como aumentar as suas tarifas para níveis de alto consumo, oferecendo descontos para quem reduzir o uso, e limitar as quantidades capturadas por indústrias e agricultura de rios. Mas os críticos culpam o mau planejamento e a politicagem para o agravamento da situação.

Os opositores políticos dizem que as autoridades estaduais não conseguiram responder de forma rápida o suficiente para a crise porque o Sr. Alckmin não quis alarmar as pessoas como ele estava buscando a reeleição em outubro de 2014, alegações de que ele o governador obviamente contesta.

No estado do Rio de Janeiro, o principal reservatório de água caiu para o nível zero pela primeira vez desde que foi construído. Secretaria do Meio Ambiente Andre Correa reconheceu que o estado estava experimentando "a pior crise da água em sua história". Mas ele disse que não havia água suficiente em outros reservatórios para evitar racionamento no Rio de Janeiro por pelo menos mais seis meses. Correa descreveu a situação em São Paulo como "infinitamente pior". No entanto, Rio e Minas Gerais estão pedindo moradores e indústrias para reduzir o consumo de água em até 30%.

Fonte: BBC NEWS

sábado, janeiro 17, 2015

Código Florestal de SP é atacado por especialistas.

Em meio à pior crise hídrica da história, deputados da base do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), na Assembleia Legislativa tentam aprovar um projeto que, para integrantes do próprio governo, "trará prejuízos irreversíveis à proteção e conservação da água, da fauna e da flora" do Estado.

De autoria do deputado Barros Munhoz (PSDB), líder do governo na Assembleia, e de outros cinco parlamentares governistas, o projeto que regulamenta o Código Florestal de 2012 em São Paulo permite, entre outros pontos, que a compensação ambiental de áreas desmatadas em São Paulo seja feita em outros Estados. O projeto estabelece o Programa de Regularização Ambiental. De acordo com especialistas em ecologia e conservação da biodiversidade, o projeto foi elaborado sem consulta científica.

Segundo o professor da Unicamp e coordenador do programa Biota-Fapesp, Carlos Joly, a proposta é uma aplicação direta do novo Código Florestal, que reduz extremamente as áreas de proteção permanente, além de liberar vegetação exótica para restauração de florestas. "Desse ponto de vista, é um desastre."

Para outros especialistas, São Paulo está próximo de desperdiçar a melhor chance de estabelecer um instrumento legal para reverter a devastação de seus principais biomas, como explica Ricardo Ribeiro Rodrigues, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo. "É um desperdício, uma vez que São Paulo é o Estado que teria melhores condições de fazer uma lei que corrigisse as distorções do Código Florestal", afirma.

Ele critica, por exemplo, a possibilidade de compensação ambiental de áreas desmatadas fora do Estado. "Quem derrubar florestas em São Paulo poderá compensar o desmate em outros lugares. É claro que isso será feito em áreas onde a terra custa menos, como no Nordeste. São Paulo ficará com a degradação - e suas consequências - e outros Estados terão o benefício da compensação."

Água

Para o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, o projeto "regulariza o desmatamento, diminui as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e as matas ciliares em São Paulo, acentuando a grave situação dos mananciais paulistas", como o Sistema Cantareira. "Além de promover a exportação da reserva Legal, o projeto tira a proteção das margens dos rios paulistas, o que é um contrassenso diante da crise pela qual passamos", afirma. A ONG organizou um protesto nesta terça-feira, 09, na Assembleia para tentar impedir a aprovação do projeto.

Mesmo sem acordo com outros líderes, Barros Munhoz disse que aprovaria ainda ontem a proposta - o que não havia acontecido até as 21h. A proposta não tem consenso nem entre os governistas, e foi rechaçada em e-mail enviado por um assessor da Secretaria do Meio Ambiente a líderes partidários, no dia 3. Ontem, o secretário Rubens Rizek negou, porém, que esta seja a posição oficial da secretaria.

Para Barros Munhoz, a proposta defende pequenos agricultores paulistas. "Esses agricultores precisam dessa regulamentação para não ficarem à mercê de promotores e dos fiscais da Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo), que, graças a Deus, são poucos", afirmou o tucano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.