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sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Chove mas os reservatórios do Sistema Cantareira não estão enchendo.



Em Camanducaia em Minas Gerais. A 1,6 mil metros de altitude, quase no topo da Serra da Mantiqueira, parte das nascentes que formam o Rio Jaguari em Camanducaia, no sul de Minas, renasceu com as chuvas dos últimos 30 dias. A água que voltou a brotar na montanha anima os moradores da região, mas ainda não tem volume nem força para percorrer 100 quilômetros e encher os reservatórios do Sistema Cantareira em Bragança Paulista e Joanópolis, em São Paulo. Com as informações Jornal Estadão.

As represas que representam 82% do manancial recebem 60% menos água do que antes da crise e agonizam no volume morto. Principal afluente do Cantareira, que abastece hoje cerca de 12 milhões de pessoas na Grande São Paulo e na região de Campinas, o Rio Jaguari virou um pequeno córrego com menos de 50 centímetros de profundidade durante a estiagem do ano passado. Muitas nascentes que formam o rio nos municípios mineiros de Extrema, Camanducaia e São Bento do Sapucaí desapareceram no início de 2014, quando oEstado esteve na região. Aos poucos, esses cursos d’água estão renascendo, o que já elevou para 1,5 metro o Jaguari na semana passada, o que não acontecia desde dezembro de 2013.

Em Extrema, na divisa entre Minas e São Paulo, cachoeiras que tinham virado pedra voltaram a ter quedas e piscinas naturais. “O rio sobe bem quando chove aqui no alto da serra, mas logo baixa. A terra está muito seca, ela chupa toda a água”, relata Clemilson Aparecido Fernandes, de 32 anos, que trabalha na Fazenda Campo Verde, onde estão algumas nascentes do Jaguari, no limite do município com São Bento do Sapucaí.



O secretário de Meio Ambiente de Extrema, Paulo Henrique Pereira, conta que esse efeito esponja do solo, agravado pela longa seca na região, ainda impede que as chuvas se revertam em vazões significativas de água para São Paulo. “Normalmente, as chuvas de dezembro e janeiro encharcam o solo, e as de fevereiro e março escorrem e enchem os reservatórios. Elas voltaram, mas ainda muito abaixo do esperado, apenas recuperando as nascentes. Esse processo todo é lento”, afirma.

Ânimo. Aricultores, meteorologistas, pescadores e donos de pousada na região do sul de Minas estão animados com a volta dos riachos e das nascentes do Jaguari. Mas todos são unânimes ao dizer que a chuva deste ano ainda não será suficiente. “Está melhor, já dá para pegar uns bagrinhos de novo. Até o Natal, o rio era só pedra. Dava para atravessar de bota sem se molhar”, conta o pescador Leonor Moreira Alves, 59 anos vividos às margens do rio.

Hilton Silveira, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, explica que as águas das nascentes que estão ressurgindo apenas recompõem o solo neste momento. “Ela não serve para encher o rio de novo. Se chover dentro da média, vai demorar 5 anos para o Jaguari voltar ao normal”, diz o meteorologista.

Neste mês, a vazão média do rio na chegada ao Cantareira é de apenas 6 mil litros por segundo, ante 16 mil litros nesta mesma época em 2013, antes da crise, declarada oficialmente pelo governo em janeiro do ano passado. Enquanto isso, 17 mil litros por segundo saem do sistema. Em janeiro de 2010, por exemplo, quando os reservatórios transbordaram, o Jaguari chegou a registrar 140 mil litros por segundo.



Veja a reportagem completa no vídeo a baixo.


sábado, janeiro 17, 2015

2014 foi o ano mais quente registrado na história.

A Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos, confirmou nesta sexta-feira, 16, que 2014 foi o ano mais quente desde que as temperaturas globais começaram a ser registradas, em 1880. O recorde anterior, considerando as médias globais de temperatura sobre os oceanos e os continentes, havia sido registrado em 2010.  A Nasa, a agência espacial norte-americana, produziu uma análise independente com base nos mesmos dados e também concluiu que 2014 foi o ano mais quente já registrado, em comparação ao período que vai de 1951 a 1980. Segundo a NOAA, os dez anos mais quentes já registrados desde 1880 ocorreram entre 1998 e 2014, o que fortaleceria a tese de que o aquecimento global é consequência de emissões humanas de gases de efeito estufa. O relatório também indica que as temperaturas médias de dezembro de 2014 foram as mais altas já registradas para o mês no mundo.


As temperaturas globais medidas ao longo de 135 anos indicam, segundo a NOAA, uma tendência de aquecimento global de longo prazo. Desde 1976, as médias anuais de temperatura têm sido maiores do que a média geral do século 20. Em 2014, a temperatura média global sobre os oceanos e continentes foi 0,69°C mais alta do que a média do século 20. A marca, sem precedentes, superou os recordes registrados em 2005 e 2010, quando a temperatura média superou em 0,04°C as médias do século 20. Considerando apenas a superfície dos continentes, a média global em 2014 foi 1°C mais alta do que as médias do século 20 - a quarta mais alta desde 1880. Ao analisar somente a superfície dos oceanos, a temperatura média global em 2014 foi 0,57°C mais alta que as médias do século 20. É a maior marca já atingida, ultrapassando os recordes registrados em 1998 e 2003, que superaram a média do século 20 em 0,05°C.


Segundo a NOAA, com o contínuo aquecimento, os recordes de calor registrados em 1998 agora são ultrapassados a cada quatro ou cinco anos. Alerta. Segundo o secretário-geral da ONG brasileira Observatório do Clima, Carlos Rittl, o recorde de temperatura de 2014 deve ser entendido como mais um alerta para a urgência que as alterações climáticas globais representam. “Esse recorde confirma o que já se sabia: as mudanças climáticas são o maior desafio da humanidade neste século. Não é algo que podemos deixar para depois. Esses dados são um chamado à ação e à responsabilidade, envolvendo todas as nações. É urgente que os países deem uma resposta à altura e cheguem a um acordo robusto e ousado de corte de emissões.”  Segundo Rittl, a tendência de aumento da temperatura não deixa mais espaço para o ceticismo em relação às mudanças climáticas. “A urgência é muito grande e não há mais tempo para dar ouvidos a quem nega o óbvio. A ciência mostra que o problema é grave e tende a piorar. É hora de parar de discutir e começar a agir.” Mais emissões. De acordo com André Nahur, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, os dados da NOAA e os relatórios do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) mostram uma curva ascendente das médias de temperatura nos últimos anos. “O aquecimento global é uma realidade que já está confirmada e já interfere no nosso cotidiano. Esses relatórios mostram que a tendência é que a temperatura aumente cada vez mais nos próximos anos.” Segundo ele, “o avanço das emissões e das temperaturas já tem impactos na disponibilidade hídrica, como se tem visto em São Paulo, na produção de alimentos, na biodiversidade e em muitos outros setores”.

Com as informações: Jornal O estado de São Paulo.