Foto Willian Cruz |
Por mais de meio século, governar um estado, um país, sempre foi sinônimo de empreender grandes obras com vias para carros. Hoje, com novos estudos e alterações profundas na economia mundial, a tendência é haver uma mudança de paradigma nessa lógica. Os pesquisadores do PERI compararam 58 projetos viários em 11 cidades americanas. A descoberta foi que o maior índice de novos empregos está nas regiões onde ciclovias foram construídas: em média, foram gerados 6 empregos diretos por milhão gasto na obra, mais 2,4 empregos indiretos e 3 induzidos, somando 11,4 novas colocações no mercado de trabalho. Em regiões onde as vias são exclusivas para carros, o índice é bem inferior: 7,75. Nas áreas exclusivas para pedestres, o total de empregos gerados por milhão gasto também é maior: 9,9.
A razão de tudo isso é bem simples: além de a construção de vias para carros ser bem mais complexa e custosa, valorizar o pedestre e o ciclista é mais vantajoso porque são indivíduos que se locomovem com mais facilidade e com mais liberdade de parar em um estabelecimento comercial. Logo, o fluxo de consumidores na região se torna muito maior, aquecendo o comércio local.
Atualmente, os Estados Unidos passam por três duras realidades: alta taxa de desemprego, uso insustentável de energia à base de carbono e uma epidemia nacional de obesidade. Todos esses problemas podem ser parcialmente resolvidos através do aumento das caminhadas e do ciclismo.
Por isso, incluir os pedestres e os ciclistas no planejamento urbano e de transporte das cidades é extremamente vantajoso e deveria ser uma prioridade para os envolvidos em projetos de infraestrutura, não só pela questão da melhoria mobilidade urbana e segurança, mas também pela promoção da saúde e qualidade de vida da população, além da criação de empregos locais e redução do uso de combustíveis fósseis.
O estudo, em inglês, pode ser baixado aqui.